Um quase soneto do porvir
Ela, aranha, tece em volta da mosca
sua forte linha, que na rede a prende
e o inseto já fraco não se desprende
e a sua visão aos poucos fica fosca
O aracnídeo, sobre o tal inseto fraco
é exemplo dessa vida como um todo
Nosso caminho é a altura e o buraco
e somos feito a água abaixo do rodo
Somos a mosca que é para uns, a tal
tão oponente e veloz, e astuta e forte
mas a aranha, é a vida, certeira, brutal
Náo há a força que nos tire da morte
nem há a solidez para a vida corporal
aqui, é só um tempo, nesse transporte
16-02-2019
23h06min