Quando o amor veemente já não é o bastante
As estrelas se apagam num céu morto de sonho
Já não se esvai em gozo sob o toque do amante
E os ventos já não trazem o cântico risonho...
E nem mesmo da ambrosia extrai-se o gosto doce
As ondas não enternecem a alma no seu marulhar
Tudo é fastio e enfado, como se a vida não fosse
Razão íntegra o bastante para dançar e cantar!
Então para que ainda compor os versos da poesia?
Extrair de onde, os poemas que acalentarão a alma?
Se nada mais resta senão dor e melancolia...!
Há de se buscar um alento, uma causa para seguir...
A fé que mantém viva a chama, inflama e acalma
Na cerne de quem ainda pode festejar e sorrir.