TATUAGEM

No canto do caderno de poemas

Palpitava vermelho um coração

E entre bolinhas negras como gemas

Brilhava o teu nome na inscrição.

Ao fazer os meus olhos de algemas,

E fixando ali toda atenção,

Vi pequena joaninha sobre os temas,

Que nunca escrevi tendo paixão.

Lembrando a tatuagem em tua pele,

Revisei o caderno e o que nele

Deixei de escrever antes do nome.

E as velhas vontades que eu tinha

Despertaram ao ver que a joaninha

Era a da pele que de mim não some.