Condensam-se silêncios nesta noite de verão
Palavras se fazem dispensáveis entre nós
Quando em toques sentidos ardemos de paixão
Enquanto as horas nos furtam momentos, veloz.
Na boca úmida prova-se o mel mais doce da amora
Nas mãos que vasculham fendas na carne crua
Burburinhos de pássaros orquestram,alto, lá fora
No consentimento da entrega sob a prata da lua.
Um desespero pungente de ter o desejo saciado
Sem no entanto almejar o fim do ato inefável
Neste instante o pedido mudo, jamais negado!
Estrelas explodem num cosmo agudo de luz e breu
Do âmago da razão e da alma, o gozo intacto...
Um único gemido_ dois corpos; um mesmo eu!