FALE-ME DE VOCÊ

Fale-me de você, conte-me tudo

O que puder contar, se convier,

E o que não for, contente-se em saber

Que em nome da amizade, até me iludo.

Conte-me as coisas boas. Se, contudo,

Coisas ruins em sua trama houver

Darei o ombro amigo se vier

Tristeza antecipando choro agudo.

Darei abraço ao riso e o olhar franco

No caso de contando um fundo branco

Sobrepor-se aos guardados da memória.

Eu sei que a vida tem mais de um enredo

E por isso nós todos temos medo

De revelar senões de nossa história.