FEITIÇO DOS OLHOS

Será que os teus olhos tem feitiço

E vendo-me encolhido a um canto

Jogaram-me a morrinha do quebranto

Que do corpo e da alma tira o viço?

Será que o sentir desse bulício

Das pálpebras é fruto do encanto,

E deve-se à porção solta enquanto

Me viam, sem ter vez contrafeitiço?

Será? E quem vai saber se há ou não

Encosto, mau olhado e sedução,

Pegando igual a sarna ou carrapicho?

Sei não, sei lá, talvez, quem sabe,

Sem tomar um antídoto me acabe,

Mas para que mais pegue, mais me espicho.