BRUMADINHO
Caiu o mundo, o sol pelo avesso
Parece lua cheia só de lama
A escorrer barrenta sobre o drama
Da flora e fauna em choro muito espesso.
A morte enquanto passa deixa impresso
Que a natureza não aceita trama
E cobra um preço alto a quem reclama
Ser dono e a explora em nome do progresso.
E à medida que some sob o chão
A vida ouve-se acima do refrão
De gritos dos que em lama se consomem
A voz da mãe da terra a natureza
Pasmada ao ver de quanta malvadeza
É capaz um de seus filhos, o homem.