Pão de Centeio
(Homenagem ao mestre Elígio Moura)
O amor que te fere é o mesmo que te vence,feto natimorto!
Tua face sulcas,mas na poesia,tem bondade ,e vileza,
De arar a terra e depois olhar o que se arou;Nasce febre,
Do que te arremete ,do que mais de instiga e tu sulca a face!!
O amor que te fere é o verme do verso,cansa a palavra e as come,
As veses,só uma palavra nua,sem noite ou caneta nanquim,
E o que vira dessa sementeira,que esperas amor,o sustento oculto,
Mas na mesma medida da comida aqui aceita,e pasmas a palavra!!
O amor e o verme te te vence é o procurado arremate da alma,
Mas alma não sua pele,condus enfastio pão de brasa,sua o desejo
A vontade única de vôo ,é tua gerra íntima,teus sacros andores!!
O amor que te vence,e fere e sulca ,e faz permuta,te desnuda melhor,
Te propõe a trégua,uma nova partida de casulo,a se abrir e só voar,
Um aparato da vida,muito além dos que te lêem,e te faz poeta e amigo!!