SIMPATIA

Não dês muita atenção aos mal-me-queres

A imaginar que por superstição

De sorte e azar, a pétala à mão

Fará vir para ti o que tu queres.

Se tu recebes sempre o que deres

Há de prezar-te quem por gratidão

Recebe o que dás em doação,

Indiferente aos mal ou bem-me-queres.

E os mal-me-queres nem saem toda a vida,

A má sorte empata nossa lida,

Até em bem-me-queres, vez em quando.

E as pétalas das flores arrancadas

Na simpatia, ao chão acumuladas,

De mal ou bem-me-queres vão murchando.