FELICIDADE
Será preciso a tal felicidade
E a esperança para se viver?
Se for, por que eu cruzo na cidade
Com gente esquecida de morrer?
Se cada um caminha, na verdade,
Com as mãos sobre o bolso a esconder
Os bens, será que a gente tem vontade
De a felicidade ali obter?
Se um julgar-se pela esperança
E outro pelo quanto lhe alcança
A tal felicidade, cada um
Não passará de morto respirando
A infelicidade, olvidando
Que sem a fé não há viver algum.