DESFOLHANDO O CALENDÁRIO
A página de um velho calendário
Foi desfolhada em jogo bem me quer
E mal me quer da flor rindo-se ao pé
Do crédulo em conto do vigário.
Sabia pelo instinto de mulher
Ser a superstição coisa de otário.
Virar o ano velho ao contrário
Não viria de uma pétala qualquer.
E o folhetim e a flor da Margarida
Nem põem sorte ou tiram de uma vida
Afeto em Ano Novo a estar por vir.
A crença pré-existente, pouco importa...
Acabou o calendário e a flor morta
Poderá por vingança até mentir.