Bordadeira
Estava a camponesa com agulha
Numa colcha de mútiplos retalhos,
Corrigindo outros tantos retrabalhos,
Numa lida que muito lhe orgulha.
Entre os fios da colcha outro mergulha,
Alinhavando as bordas em atalhos
E bem no centro dessa, em pontos falhos,
Um coração anêmico gorgulha.
Meu coração na colcha é retratado,
Em depressivo anímico estado,
Agonizando à falta de cuidados...
As mãos artesãs que lhe cuidavam,
Abandonei por outras que andavam
Atrás de mim em bens interessados.
Aracaju -Sergipe, 24/ 09/2018