SILÊNCIO
Eu sei... Não há palavra que expresse
A emoção sentida pelo amante,
Que vindo do passado fica diante
De quem muito amou e não esquece.
O olhar preso no do outro é como lesse
A trama escrita a dois de um romance.
E um autor calado diz bastante
Ao outro o que em palavras não se tece.
E na leitura lenta do olhar,
Revendo as circunstâncias do criar,
Entendem os seus erros de autoria.
E no final, tocados de ternura,
Apagam do passado a amargura
E mudam o desfecho da história.