O VELHO E O MAR

Talvez o barco antigo sobre o mar

Não mais resista à força das marés,

Mas o velho infenso ao revés

Ordena que ele volte a balouçar.

Talvez nem queira peixes arrastar.

A saudade reclusa nas galés

Liberta-se e a subir para o convés

Faz o velho de amores recordar.

Talvez ao empreitar essa jornada

Não queira recolher dos portos nada

E o mar enfrente para distrair.

Talvez aprisionado em uma rede

De sonhos queria mitigar a sede

Da vida que deixou de existir.