Sinto-me cansada desta vida de vazios
Bichos devoram meus sonhos nas madrugadas
Vejo-me nua, exposta ao medo e ao frio
Por todos sou desprezada a mal amada...
Busquei sorrisos nas bocas mais ardentes
Sugaram meu néctar, deixando-me murcha e só
Usaram-me como um trapo velho_ indecente
Quem por mim passa, sente pesar e dó.
E a escuridão é densa. Sufoca-me a alma
Numa angústia que me assola o peito em dor
Das minhas mãos de poeta sangra a palma...
E tudo que ao meu mundo chega, nada há de novo
O tédio é vil e a melancolia mata o amor
No grasnar insistente do amigo_ o corvo!