PIRILAMPO

Nasce o sol em um ponto

A morrer noutro, também.

E, neste eterno vaivém,

De inveja fica até tonto.

À luz sumida ao desconto

Da claridade, além,

Da tarde assiste alguém

Ter brilho, sem eixo pronto.

E forma cada figura

A pequenina criatura

Livre a vagar pelo campo,

Que o astro-rei, sem recurso,

Estando preso em seu curso,

Deseja ser pirilampo.