O mormaço a pele viva,sublime aquece
Suores respingam da figura rúbida
Numa sandice que a razão desobedece
Prazer da alma inerme na carne túrgida...

Dos lábios carmim o beijo doce, ardente
Quase dor. Espasmos, pernas e coluna
Eriçam-se os pelos sob o verbo indecente
Sagrado emblema_ desejo de sol e luna.

Bem-te-vis cantam nos galhos do ipê
Sinfonia de anjos aos cálidos amantes
Saciam-se, belos e plenos, sem nada vê.

No auge do enlace gorjeiam abafado grito
Alheios à todo o mundo espectam o céu
Da dança o clímax_ da crença, o culto e o rito.




Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 19/10/2018
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