O mormaço a pele viva,sublime aquece
Suores respingam da figura rúbida
Numa sandice que a razão desobedece
Prazer da alma inerme na carne túrgida...
Dos lábios carmim o beijo doce, ardente
Quase dor. Espasmos, pernas e coluna
Eriçam-se os pelos sob o verbo indecente
Sagrado emblema_ desejo de sol e luna.
Bem-te-vis cantam nos galhos do ipê
Sinfonia de anjos aos cálidos amantes
Saciam-se, belos e plenos, sem nada vê.
No auge do enlace gorjeiam abafado grito
Alheios à todo o mundo espectam o céu
Da dança o clímax_ da crença, o culto e o rito.