ESPERANÇA
Em cada espaço e tempo eu não perco
A esperança que em momento certo
Por ti eu seja um dia descoberto
E a solidão de mim levante o cerco.
De todas as mulheres faço um terço
De contas que entre os dedos eu aperto,
Sentindo em cada uma algo incerto
Do corpo que sei tanto, desde o berço.
Conheço pela mente a figura,
Em sonhos rodei-lhe a cintura
Ali, à mão, tão perto, tão real.
Serei eu exigente ou tu tens cego
O sentimento e assim nunca me achego
A teus olhos sem rosto, afinal?