SEM RESPOSTAS

Por que entre milhões de grãos areia

Na ventania dois vão se encontrar?

E no meio das águas, terra ou ar

A união dos dois nada enfreia?

A vida para o acaso não se alheia

É lição que o destino vem a dar.

E ao unir as partes em sua teia

Cumpre a sorte havida para o par.

Será então que ao ser só a metade

De outra uma coisa, na verdade,

Pervaga a espera do destino?

Nem todas as perguntas têm resposta,

Mas quem não é inteiro sem aposta,

Que a sorte esteja às mãos do ser divino.