CASULOS

Em folhas mortas jaz velho casulo

Sem ovo, larva, pupa em seus viços

E nem relembra o tempo dos castiços

E alegres voos... Em si tudo é nulo.

A impressão que passa é ser um túmulo,

Berço vazio, então... E os quebradiços

Fios da teia dão ares mortiços,

Medrando até os insetos em seus pulos.

A borboleta em suas asas de seda,

Ganhando os ares, hoje se enreda

No rebrotar da vida em outras folhas.

Casulo ao tempo, velho, abandonado,

Somos os vivos quase já finados

Pelo abandono dado a suas escolhas.