UM MANACÁ DE GENTE
A gente simples tem o cheiro bom
Do manacá abrindo-se ao jeito
De quem agrada sem estar sujeito
Às regras de elegância e de bom tom.
Quando amanhece sem ter preconceito
De sua boca livre e sem batom
Da falsidade, em riso dando o som,
Puxa um bom dia ingênuo de seu peito.
E o dia inteiro com sinceridade
Abraça a alma do outro e tem saudade
Bem antes que se escanche em seu “se cuide”.
Abraça com sorriso e o corpo inteiro
Qual fosse o manacá que traz no cheiro
A alma de Deus, disso não duvide.