AUTOBIOGRAFIA
Pequerruchote, rosto de fedelho,
Esbugalhados olhos de pitomba,
Coxeia a perna e se andar já tomba,
E não suporta o tipo o próprio espelho.
Em tudo quer meter o seu bedelho,
Se julga autor daqueles de arromba,
Mas o que diz e escreve é pura bomba,
E não se emenda, ouvindo um bom conselho.
De mais só tem a falta de juízo
Que aos outros sempre gera um sorriso
De escárnio e mofa a tanta gabolice.
Da língua que escreve sabe mal
E a poesia, em nada original,
Abeira em verso a mais pura tolice.