A culpa aumenta a dor e a dor aumenta a culpa

A culpa me esvazia antes que encha a pança
não haver inconsequência em toda minha vida,
gordo engordo a culpa sem ter esperança
que alguém venha beijar a casca da ferida,

sei que houve o passado a ser compreendido
e a culpa alimenta o que causou de ruim,
então rego a flor no espaço ressentido
para que a minha dor jamais atinja o fim

de somente doer quando a dor for normal,
como a articulação que doída é o sinal
de uma doença séria ou de uma confusão,

e não apenas dor acima desse mal,
que nunca é simples dor, que nunca é frugal,
que sempre é dor que faça mal ao coração.