VOZ DO SILÊNCIO
Há certos pontos na vida
Em que a palavra em vão
Se despedaça, por não
Calar em alma ferida.
Se a ideia querida
De açúcar for um torrão
De sal amargo, então,
Feito em boca encardida,
Não se convém dizer nada,
Porque a palavra falada
A expressar zanga e dor,
Parece igual ao espinho,
Que fere e impede o caminho
De mãos em busca de flor.