A DONA DA POESIA
És a moça adorada que caminha por minh'alma
Rasga-me o peito em dores de amor profundo
Na vastidão dos desertos me desfaço de tudo
Quando nego à mim mesmo e nada me acalma.
Grito por tua presença pelo breu da noite imensa
E tudo que ouço são teus passos à se afastar...
Peno o desespero por amar-te só por amar
Numa loucura que tudo rouba e nada compensa.
Quem me dera chegasses na calada da noite
E me acariciasse o peito dolorido de paixão
Numa ternura que me sarasse o coração.
Mas não vens_ Só partes de mim eternamente
Como um pôr do sol que se despede do dia
Tão adorada és tu, senhora da poesia.