MUITAS ALMAS EM NINGUÉM

Com muitas almas dou-me ao convivo

E em reações já muitas revelei,

Mas eu confesso não vi ou encontrei

Aquela que à vida dá motivo.

De cada sonho intenso do qual privo,

Alerta ou a dormir nunca sonhei

Por essa alma e assim nada eu sei,

Do que sonhei, e em sonho então não vivo.

De tanto ser plural, cheio de alma,

Não gozo um momento em pura calma

E nunca sei, ao certo, quem eu sou.

E não sendo eu quem sente o que sinto,

E não saber quem sente, eu não minto

De sem sentir, até falar de amor.

Publicado no E-book "Muitas Almas em Ninguém" coletânea de sonetos de forma clássica com versos construídos com dez silabas poéticas com tonicidade incidindo sobre a quarta, sexta e décima silabas, com quatorze versos agrupados em dois quartetos e dois tercetos. A forma antiga presentes na obra, se por um lado resgata o classicismo camoniano, por outro, repagina a espécie, mediante textos claros e temas contemporâneos a resvalarem, às vezes, no humor e no drama.

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6441150. Visite, baixe e compartilhe.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 07/09/2018
Reeditado em 08/09/2018
Código do texto: T6441947
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