LIVRO DE CABECEIRA

Hoje sou livro velho empoeirado

Em um lugar perdido da estante,

Já lido e gasto, mas que em não distante

Tempo era o eleito e muito folheado.

E cada verso nele registrado

Ganhava o toque leve e expectante

Da musa e sob o colo soluçante

Um poema inteiro era encharcado.

E a emoção tirada do escrito

Enregelava a alma e pelo dito,

Durante o dia era a companheira.

Hoje sou livro velho, mas a escrita

Da folha seca é a mesma que foi dita,

Quando pousava em tua cabeceira.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 05/09/2018
Reeditado em 05/09/2018
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