ROSAS?
Eu não sei tecer versos sobre a rosa,
musa-mor dos poetas imortais;
minha rima é singela, mais modosa,
sou roceira das bandas das Gerais,
onde a fé é cantada em verso e prosa
e pedimos a bênça aos nossos pais;
onde a vaca sempre chama Mimosa...
E há uma hortinha no fundo dos quintais!
Noiva casa com flor de laranjeira,
tudo é simples no chão da Mantiqueira...
Chão razão de quem sou, do qual existo.
E o meu verso? É da humilde quaresmeira,
que na santa semana se embandeira
com a cor da Paixão de Jesus Cristo.
(in SONETOS EM DOR MAIOR)