PORTA DA SOLIDÃO

A porta bate... E a mão que toca a porta

Na adormecida e fria madrugada

Será a de quem prepara uma cilada

Ou a de alguém que minha alma transporta?

Será que a luz de uma estrela morta

Ao despertar a pálpebra cansada,

Dá forma a um pouco ou quase nada

De quem também a espera não suporta?

Deixo entrar o vulto ainda oculto

Que no portal parado é o tumulto

Do coração que treme e se assombra?

Deixada aberta, a porta bate e a vinda

De quem espero não se deu, ainda,

E a solidão é quem constrói a sombra.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 30/08/2018
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