A Cotia

Tal badalo rachado de um sino oco,

Por mais que bata, sai um som opaco,

Como lata oxidada de corpo vaco,

Ou o triste coaxar de anuro rouco.

Com plateia de ouvido que lhe é mouco,

Decerto o interior está um caco,

Muleta abandonada sem sovaco,

E doente pensar de um crânio louco.

Transigência não nascem em suas lavras,

Ofensas peçonhentas nas palavras,

Especializada em menoscabo.

Nada lhe agrada vindo dos contrários,

Pensa que todos são bandos de otários,

"Não vigia a cotia o próprio rabo."

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 25/08/2018
Reeditado em 26/03/2020
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