VIDA MORTA

Será a vida um sonho e acordei,

Sem mais lembrar o enredo deste sonho?

Será que vivo a morte onde me ponho,

Por não viver sequer o que sonhei?

Não lembro os rumos por onde andei,

Mas pelo corpo incólume suponho

No itinerário tosco e enfadonho,

Tão ordinário dei-me à voz da lei.

Pelo cansaço fui, talvez, sozinho,

Sem encontrar por todo o caminho

Alguém que desse o afago mais singelo.

Na existência morta despertada

De um sonho em vão do qual não lembro nada,

Será a vida mero pesadelo?

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 10/08/2018
Reeditado em 10/08/2018
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