ESTRADAS
As estradas que eu percorro, não têm tempo pra chorar,
olhos turvos não percebem quando o chão se torna escasso,
se há percalços, se há espinhos... Sou estrada a caminhar
pela força da guerreira, que me fez com mel e aço.
Peregrina do infinito, me navego e sou meu mar,
só a sombra me acompanha, ninguém mais sabe meu passo.
Ninguém sabe onde me abrigo ou onde o sono tem lugar...
Ninguém sabe da hora santa, onde repousa o meu cansaço.
As estradas que eu percorro, não têm tempo pra chorar,
não têm tempo pra serestas ou cantigas de ninar,
são estradas palmilhadas por minh’alma, em procissão.
Mas são sendas que te esperam... Já faz tanto... Toda vida...
Uma vida que te busca, numa busca ensandecida...
Uma busca demarcada por saudade e solidão!