TEMPESTADE
O teu chorar intenso é oceano
Aonde em naufrágio eu me afoguei.
No canto da sereia do engano
A morte em ondas turvas encontrei.
Ah! Se eu pudese ser um deus insano!
Bebia o sal das águas que criei,
E enxugava a dor e o desengano,
Por ter agido mal e não notei.
Mas se do mar a cheia é vencida,
Teu belo olhar, Oh! minha tão querida,
No tempo certo, estimo, há de secar
Se da procela vem a calmaria,
E ao sol volta a luz, talvez, um dia,
Possa você, também, me perdoar.