TEMPESTADE

O teu chorar intenso é oceano

Aonde em naufrágio eu me afoguei.

No canto da sereia do engano

A morte em ondas turvas encontrei.

Ah! Se eu pudese ser um deus insano!

Bebia o sal das águas que criei,

E enxugava a dor e o desengano,

Por ter agido mal e não notei.

Mas se do mar a cheia é vencida,

Teu belo olhar, Oh! minha tão querida,

No tempo certo, estimo, há de secar

Se da procela vem a calmaria,

E ao sol volta a luz, talvez, um dia,

Possa você, também, me perdoar.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 05/08/2018
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