Ilusões
Tenho no coração dores latentes,
Que não conto, não falo, nem escrevo,
Angústias opacas, nem me atrevo
A descartar no lixo ou nas torrentes.
São agruras noturnas recorrentes,
De guinchados e uivos, grande acervo,
Gemidos propagados para evo,
Um trem em ferrovia sem dormentes.
Quantas noites insones percorri,
Parado frente ao riso que não ri,
Numa vã esperança malfadada...
São desânimos frouxos doutros dias,
Do pretérito morto em nostalgias,
Lágrimas enxugadas na almofada.
Aracaju-Sergipe,