Arrebol e o poeta


Em tudo que crio,é noite sempre,tardios versos de amor;
Cravos ,hortelãs e posia se misturam,mero acidente do porvir!
Poeta não emprenha mais que de si,por não ser de valia
qualquer manhã,pede perdão aos deuses,por não querer os sóis!

Noites,é casa de poeta,tudo ,de silêncio e estrelas vigia,
dos amores precavidos,tecem alinhavados sonetos,
versos espalhados com caneta de nanquim,dá gole de chá, e absinto!
Do que a vida lhe venceu,o que nele sente é passear e carpir,

também em nossa dor do mal ofício,desatina a viver desuso;
Corpo de mulher o encanta,mas fere vintém,na gibeira;
Então poeta se põe a partir,voltando a compor no barraco de zinco!

E nessa luta de palavras sãs,outras em envergaduras,e torpor,
pretende sempre , a medida do vôo,do inesprimível calor;sangria!
Poeta a envelhecer os homens,e analtecer mulheres,só com avelãs!!


 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 23/07/2018
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