A Dor - II

A dor que me martela corpo é fria,

Fria como a flechada da saudade,

Ao mesmo tempo corta, rasga e arde,

Arde, fazendo em choro o que antes ria

O demônio tem sua confraria,

Confraria de forno de maldade,

Fundindo hastas, venábulos e fraude,

Ferindo o coração de arritmia.

A dor vem a qualquer hora ou momento,

O que faz aumentar o sofrimento,

Fazendo o corpo adusto esmaecer.

Surge com a idade, de repente,

Não tem como escapar, tudo é urgente,

Tanto lhe faz ficar mudo ou gemer.

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Agradeço a interação oportuna e de muito bom gosto do amigo Jota Garcia.

Em Defesa da Dor

Seria esta sensação cruel,

De todo ruim e desnecessária?

Será que há opinião contrária

Que venha defender o seu papel?

Muito se tem falado sobre a dor,

Quando nos fere o corpo ou a alma,

Na forma da dor física do trauma,

Ou quando da perda de um amor.

Digo, porém, que a dor é imprescindivél,

Sem ela viver seria impossível,

Expostos ao perigo de acidentes.

Com nossos órgãos e pele dormentes,

Seríamos qual zumbis, mortos vivos,

Será que nos bastam estes motivos?

Um Piauí Armengador de Versos
Enviado por Um Piauí Armengador de Versos em 09/07/2018
Reeditado em 30/07/2018
Código do texto: T6385410
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