O HOMEM DAS MIL CARAS

Olhar lânguido, passo comprometido,

Mãos vazias de si, ostentando rude

E sisuda silhueta, vai o homem tido

Como suporte, deste néscio talude.

O sol não lhe delineia a sombra fraca,

Passageiro de muitas estradas e pó,

Incólume devaneio, a si se maltrata,

Vagueando por este mundo sempre só.

Ah, mas se o amor viesse, sem ruído,

Acenando-lhe ao longe um sorriso,

Quem sabe ele não fosse tão contido.

E perdoando-se a si mesmo o alheio,

Todo o sofrimento então indeciso,

Teria agora onde levantar seu esteio.

Jorge Humberto

02/09/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 03/09/2007
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