Fantasia de amor
Um sol que por engano nasce após a hora
e a chuva indecisa que em vidraça chora
é o ódio que a ninguém odeia e a si implora
que a si mesmo ame ao menos agora,
quando a manhã ainda úmida em luz se cora
e inibido sorriso o rosto edulcora,
não por educação ou ação fingidora
ou por desvio tentar por estrada a fora;
é sol que lacrimeja pingo d’ água em ânfora
e que em calculadora joga noves fora,
na língua fundadora de nenhuma diáspora
pois já não há fantasma pra mandar embora,
nem risco que algo ocorra que a tudo piora,
fantasia de amor de uma língua víbora!
Um sol que por engano nasce após a hora
e a chuva indecisa que em vidraça chora
é o ódio que a ninguém odeia e a si implora
que a si mesmo ame ao menos agora,
quando a manhã ainda úmida em luz se cora
e inibido sorriso o rosto edulcora,
não por educação ou ação fingidora
ou por desvio tentar por estrada a fora;
é sol que lacrimeja pingo d’ água em ânfora
e que em calculadora joga noves fora,
na língua fundadora de nenhuma diáspora
pois já não há fantasma pra mandar embora,
nem risco que algo ocorra que a tudo piora,
fantasia de amor de uma língua víbora!