Fantasia de amor

Um sol que por engano nasce após a hora
e a chuva indecisa que em vidraça chora
é o ódio que a ninguém odeia e a si implora
que a si mesmo ame ao menos agora,

quando a manhã ainda úmida em luz se cora
e inibido sorriso o rosto edulcora,
não por educação ou ação fingidora
ou por desvio tentar por estrada a fora;

é sol que lacrimeja pingo d’ água em ânfora
e que em calculadora joga noves fora,
na língua fundadora de nenhuma diáspora

pois já não há fantasma pra mandar embora,
nem risco que algo ocorra que a tudo piora,
fantasia de amor de uma língua víbora!
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 25/04/2018
Código do texto: T6318930
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