Luzes íntimas de dois encéfalos

Entrem somente os dois na hora do eclipse

pela porta e janelas um do outro c’ a alma,

toldo das quatro pálpebras na hora cúmplice

que todos querem ver, que a todos acalma;

escuridão hemorrágica de uma dor oculta

quando se esconde a luz do macho na fêmea

como se a soberba fizesse a sua mea

culpa, quando ao saber não importa a forma culta

no universo espelho onde só há silhuetas

que param carrosséis, rodas de bicicletas,

como se os faróis fossem só os olhares

e os homens por instantes meras estatuetas

quando se encantam mesmo os ascetas

com seus olhos platônicos e glaciares.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 25/04/2018
Código do texto: T6318402
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