INFELICIDADE
Perverso o Sol nascer em meu penar!
A escuridão seria toda calma,
Para acolher em sua dupla alma
A dor do gosto de a vida violar.
Partir em ondas, míseras rasuras,
Nadar em voltas, em novas surpresas!
Por cada sentimento em represas,
Encontrar o novo em suas planuras!
Assim, contrário ao que há de agora,
E, acolhendo o azar que canta lento,
As podridões da transparente hora,
Criando vidas que, em doce alento,
Ratificam o querer de ir embora,
Tal qual dança carrega um pé-de-vento.