Perdão, meu deus, perdão.

O animal liberto da jaula do instinto
anda à beira de muros, dorme em beco,
ressurge em salões, perfumado, distinto,
mas a muitas pulsões sua cabeça faz eco

e a luta agora é contra a inconveniência;
sofre, vai aos bordéis onde pode bastante
para logo querer mais, mais adiante,
e arriscar o instinto de sobrevivência

até ser socialmente reprimido,
e ouvir instinto ser torpe vagido,
humilhado, cabisbaixo e tristíssimo.

E assim acreditar que com deus irá ao cimo,
quando só chegou ao cúmulo espremido
de estar socialmente marginalizado.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 24/03/2018
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