A esperança é a última que morre

Era uma vez a vez que não chegava nunca

e muito expectativa havia por chegada

logo! E a espera já era uma espelunca;

pior, entre o sol da tarde e a madrugada,

a esperança toda já era a desculpa,

chegava a atrapalhar muito o raciocínio,

mas a fé não o deixava sentir a culpa

embora não pagasse mais o condomínio;

fé foi diminuindo, estava abatido,

com coração partido foi abandonado,

era como se fosse ter que ir à nado

ao outro lado da rua que era um oceano,

então viu que chegava o final do ano,

pegou último dinheiro, jogou na loteria.

O dever amoroso

Se não for para criar ou realizar algo

toda paixão é autoengano, esconderijo

dalgum secreto mal! Que a quem dirijo

só causa insegurança e joelho valgo

de tremer perna tanto é o nervosismo;

é só na atividade laboral do homem

que paixão chega a ser inconformismo,

no mais paixão são males que se somem

até que o homem suma e definhe.

Paixão não é amor é impotência

porque empana o amor com violenta

ação cotidiana que o definhe,

sentir amor, pensar com mais profundidade

é o que salva alguém dessa infelicidade.

Nightmare

Chuva que sobe do mar agitado mar

desde a rombuda maré montante,

mar de mil pérolas de sal mar, mar;

sob o navio e sua quilha avante

que nunca deixa uma trilha, destino

itinerante do marujo! Teu bojo

em maremoto houve em sonho trino,

quando não houve nem destreza ou arrojo

só havia medo, horror, pânico, dor,

terror e êxtase, e a inércia em vão

de onda forte, destruidora e atroz;

em maremoto cheio de medo e temor

do tempo atual de inação em ação,

não quis estar jamais em mar sem voz.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 17/03/2018
Código do texto: T6282288
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