NEGAÇÃO
De qual céu se refaz a lua inflada?
De qual perigo os olhos se desviam?
De qual dor só estou curada agora?
Quem vem me vestir do temor da hora?
Quem me carrega pelos parcos ares ?
De que se tece meu sentido apelo?
Se o sonho sabe à amarga chuva,
Quem me dará o alimento e anelo?
Não se distraia de sua estrada crua,
Não se perca em sendas mal traçadas,
Represente a vontade toda nua.
Porque em tempos de possível glória,
Claras luas estarão bem desenhadas,
Não sendo a lua única, obrigatória!