NEGAÇÃO

De qual céu se refaz a lua inflada?

De qual perigo os olhos se desviam?

De qual dor só estou curada agora?

Quem vem me vestir do temor da hora?

Quem me carrega pelos parcos ares ?

De que se tece meu sentido apelo?

Se o sonho sabe à amarga chuva,

Quem me dará o alimento e anelo?

Não se distraia de sua estrada crua,

Não se perca em sendas mal traçadas,

Represente a vontade toda nua.

Porque em tempos de possível glória,

Claras luas estarão bem desenhadas,

Não sendo a lua única, obrigatória!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 03/03/2018
Reeditado em 09/02/2021
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