SITIADO

Durante anos e anos danei-me com a vida,

Fui maldito proscrito nesta terra de ninguém,

Testei-me ao máximo sem ter volta nem ida,

Não me preocupando se viria a ser alguém.

Abri as portas da percepção e por lá fiquei,

Desmistificando o imposto à nossa nascença,

E, de cada vez mais fundo, foi que notei,

Que não era meu ser dos outros a crença.

Assim, caminhando, descobri novas heranças,

Libertei amarras do meu ser mais ortodoxo,

Já convicto de mim doutras e de novas alianças.

Seguro que estava então, por minha assunção,

Formou-se em mim o mais estranho paradoxo,

Como dizer que não a quem me roubou o coração.

Jorge Humberto

24/08/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/08/2007
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