A morte devagar carcome as entranhas
Tomando espaços por entre os versos...
Tempos enfadonhos de rimas estranhas
A sangria mortal, mas bem vinda. Confesso!
Visto que o beijo jamais regressa à boca
E a carícia amofina antes do toque da mão
São pequenos trapos de uma vida louca
Não satisfaz a alma nem o coração...
Então que a velha coveira se farte ao luar
Devore as carnes suculentas e tenras
De que vale a vida sem poder amar?
E quando enfim os ossos estiverem expostos
Sobrevoe mais uma vez o corvo no umbral
Mostre-me óhhh morte,seu belo rosto!
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