Nestes dias em que as sombras são abismais
E as horas se arrastam nas sendas do tempo
A vida se detém em brumas de sonhos irreais
Arrasta-se o corpo após a alma_ Lamento!
São dias em que a morte seria bem vinda.
Quando o sopro de Deus não detém a dor
Sente-se vil. Mulher mal quista e preterida
Nem um quinhão de ternura ou amor!
Busca-se consolo sob as asas do pássaro vilão
Nas brechas dos penhascos se aninha, quieta
Se outros lhe lacera a face, o corvo não...
Quando não soprou nem a aragem nos pinheirais
Foi ele, o único que ficou quando todos partiram
Nestes dias sinistros de sombras e de tantos ais.
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