Riacho, largo, profundo
Que amor é esse? Perene, restrito...
Corrosivo, frio aço, de embaço, cicuta
Homeopáticas farpas, espinho efusivo
Tanto quanto chacoalha, nada escuta
Abstratos de verde, de água na curva
Vem varrendo a espera, amor esquecido
Guardado as margens de meia lua turva
Extratos de cinza, pedra nua, vapor erguido
Riacho de janeiro, de coração acometido
És leite de mãe, fome de filho, doce fruta
Na palma das serras, em abraços acolhido
Acaricia meus pés, teu gargalho, altruísmo
Que amor é esse? cativeiro que a alma desfruta
Mergulhar em teu seio é divino, é batismo
Carlos Roberto Felix Viana