Como eu vejo o amor? Pergunta inusitada!
Tal como a morte, me é certo e preciso...
Mas corta a carne como o fio da espada!
Sempre fugiu ao meu domínio. Juízo...

... Que sempre foi a guilhotina má. Afiada
Mão impiedosa do destino avassalador
Nunca fui sentida como a donzela amada
Como a morte, implacável, é o amor!

Flui-me por entre os dedos como o tempo
Este algoz, sentimento de dor e tormento
Beijos frios, pérolas aos porcos e ao vento!

Nunca vi a face do dulçor, acalento doce...
Nunca verei a morte até o fim momento
Não me fale pois do amor;esta mortal foice!

Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)
 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 29/12/2017
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