Diga-me, como pois esquecerei teu rosto?
Se toda a ternura que sei, vi nos olhos teus?
Essa forma inocente de beber meu mosto...
Provando minha doçura. Roubando meu eu.
Negarei este amor diante do cosmo? Morro!
Buscarei em que prados o sol dos teus cabelos?
Se há alento para mim. Diga-me. Prá lá corro...
Mas antes te trarei todos os versos em desvelos.
Dizes que sou demasiado pedante e comovida
Talvez seja, posto que sou filha das palavras...
Canto a poesia nas letras mais nuas e sofridas.
Mas no fundo do poço a dor é a mesma de sempre
Se é do amor que por ti sinto, que canto a dor...
Apaga pois tua lembrança. Faz-te então ausente!
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