A tarde se despeja, fastiosa sob um céu turvo...
Sinto a presença do gato preto. Não o vi ainda, mas
trás presságios de má sorte. Sei.  Me encurvo...
... Ante os olhos da morte. fria , risonha e aldaz!

E quando a lua imensa toma o céu de loucuras
Ele passeia pelo assoalho de mármore branco
É o antever de todo o despejar do mar de agruras
Fecho os olhos. Luar de sangue, dor e pranto.

E o que me trás, gato preto? À que então, veio?
Vieste de ceifar as almas do mar do norte. Sim!
Vais embora logo. Não o quero ver. Bicho feio!

Mas até quando fugirei da presença do maldito!?
Abro meus olhos. Ei-lo: Quieto, negro e tenebroso.
Apaga-se então, a última estrela do infinito.


Anna Corvo 
(Heterônimo de Anna Corvo)
Imagem: Pinterest 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 25/12/2017
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